quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O KIAI


karate-yell

O Kiai é geralmente definido como um estranho poder adquirido por algumas pessoas envolvidas por forças misticas inexplicáveis. Contam-se histórias de homens que podem paralisar ou mesmo matar pequenos animais com um grito de Kiai, ou parar o adversário com um Kiai apenas. Talvez, se você faz Karatê e tem um Kiai forte você é capaz de matar uma barata, desde que ela estaja muito próxima de seu grito, não mais, só se você for um ninja ou alguma coisa parecida.
Na verdade o Kiai é o uso consciente de uma técnica que todos nós já usamos inconscientimente. Por exemplo quando você contrai o abdomên quando está levanta algum peso e emite um grunido, é uma forma rudimentar de Kiai.
Treinando Kiai você vai está aprendendo a usar de modo mais eficiente seu potencial de energia vital, que é o Ki.
Primeiramente há uma preparação para a ação que é física e mental e então uma concentração de poder que é física e mental. As duas fases do Kiai são o ratesamento e o impulso. A fase de ratesamento conciste nacontração dos musculos abdominais e inspiração profunda, assim como o cérebro é o quartel-general das atividades mentais o abdômen é o quartel-general das atividades físicas. A contração dos musculos abdominais prepara o corpo para um surto de energia. A inspiração profunda enriquece a corrente sanguínea do oxigênio, indispensável para o organisno que vai depender essa energia adicional. A segunda fase é o impulso, nesta fase a ação essencial é levada a termo (a ação de levantar, atirar, empurrar ou desferir o golpe), enquanto o ar é espirado bruscamente. A expiração pode ser acompanhada por um grito, o Kiai, que tem um som mais ou menos assim: "eei", "hum", "iahh", "aai".
O som produz dois efeitos pisicológicos, assusta e desconcerta o adversário e aumenta sua coragem. Qualquer som pode ser usado como Kiai, muitas vezes o som "Ki" é usado durante a preparação para o golpe e o som "ai" durante a execução. Com o treinamento é possível concentrar a energia onde ela é mais necessária, ao invés de espalha-la pelo o corpo. Isto envolve concentração física e mental que canalisa a energia para regiões definidas do corpo. Você a princípio não é capaz de conseguir isso, ma s com o passar do tempo, sua capacidade de concentração aumentará cada vez mais.

KATA





KATA






Se começa com 5 kata básicos, os HEIAN, que têm como objetivo fazer com que o praticante adquira habilidade sobre as principais técnicas básicas. Deve-se treinar HEIAN até que essas técnicas sejam assimiladas e passem a ser executadas de forma natural. Depois vem a série TEKKI, com três kata. Os kata TEKKI se caracterizam pela base KIBA-DACHI (base do cavaleiro), e todos os deslocamentos são para as laterais, ou seja, somente para a direita e para a esquerda. Como os golpes nesses kata não contam com grandes deslocamentos (os golpes são curtos), os TEKKI têm como objetivo o desenvolvimento do KIME, através do treinamento, principalmente, da contração da região sub-abdominal (TANDEN). Essas duas séries juntas, HEIAN e TEKKI, formam os kata básicos do Shotokan, e devem ser dominados por quem pretende obter a graduação SHODAN (faixa-preta 1o. grau). Os outros 18 kata são considerados avançados e, entre eles, existem vários "tipos" de kata. Cada kata possui um objetivo, e dá ênfase a um determinado tipo de treinamento. Existem kata, por exemplo, que têm como objetivo o desenvolvimento de agilidade (como o ENPI), desenvolvimento de contração/expansão muscular (como o HANGETSU), desenvolvimento de uma base firme (como o SOCHIN), etc... 
Nossa tarefa é estudar os movimentos dos kata e treinar aquele que for mais necessário, para desenvolver o que estiver mais precário em nossa técnica. Para isso é preciso já ter algum conhecimento e domínio técnico, e por isso só são recomendados para praticantes graduados. Com isso podemos concluir que os kata não são apenas uma "luta simulada", sem nenhum sentido, como muitos costumam definir. Os kata possuem objetivos e aplicações, e eles reúnem todo conhecimento e beleza do Karatê-do.
PRONÚNCIA                                     SIGNIFICADO NOME
01 - HEIAN SHODANPaz e tranquilidade (nível inicial)
02 - HEIAN NIDANPaz e tranquilidade (nível dois)
03 - HEIAN SANDANPaz e tranquilidade (nível três)
04 - HEIAN YONDANPaz e tranquilidade (nível quatro)
05 - HEIAN GODANPaz e tranquilidade (nível cinco)
06 - TEKKI SHODANCavaleiro de ferro (nível inicial)
07 - TEKKI NIDANCavaleiro de ferro (nível dois)
08 - TEKKI SANDANCavaleiro de ferro (nível três)
09 - BASSAI DAIRomper a fortaleza
10 - KANKU DAIContemplar o céu
11 - JITTEDez mãos (ou dez técnicas)
12 - HANGETSUMeia lua
13 - ENPIVôo da Andorinha
14 - GANKAKUGrou (tsuru) sobre a rocha
15 - JIONAmor e gratidão (Jion é o nome de um templo)
16 - BASSAI SHORomper a fortaleza
17 - KANKU SHOContemplar o céu
18 - CHINTEMãos estranhas (ou técnicas estranhas)
19 - UNSUMãos de nuvens (ou separando as nuvens)
20 - SOCHINEspírito inabalável
21 - NIJUSHIHO24 passos
22 - GOJUSHIHO DAI54 passos
23 - GOJUSHIHO SHO54 passos
24 - MEIKYOEspelho limpo
25 - JIINAmor e proteção
26 - WANKANCoroa real







OSS!
Olá queridos alunos, vamos curtir alguns vídeos sobre karate???
Segue abaixo uns de nossos preferidos.








terça-feira, 29 de novembro de 2011

Karate no Octógono - UFC

OSS!
Amiguinhos, por sua grande eficácia, o Karate ganha a cada dia mais adéptos e vem se destacando até nas lutas de MMA. No maior evento dessa modalidade, UFC, nossa arte marcial não poderia estar de fora.
Lyoto Machida é o divulgador do karate no octógono, dia 10 de Dezembro haverá sua imperdível luta contra o detentor do cinturão dos meio pesados Jon Jones. Então, chamem o papai, a mamãe, o irmão, amigo e vamos todos torcer por Lyoto "The Dragon" Machida!!!


OSS!
Queridos Alunos!!!
Nossa aula do dia 05 de Dezembro (Segunda-Feira) foi transferida para o dia 06 de Dezembro (Terça-Feira) das 17:00 as 18:00hs.

Contamos com a presença de todos.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Os Grandes mestres do Karate-Do Tradicional

O acervo de informações sobre os grandes nomes do karate, infelizmente, é muito pequeno diante da enormidade de coisas que essas pessoas fizeram. Em nosso blog tentaremos resgatar a história não só do nosso karate como um todo, mas também dos indivíduos que construíram essa história.
 Yasutaka Tanaka






Nascido em Tóquio no dia 8 de outubro de 1936, sensei Tanaka viveu no Japão até os 6 anos de idade, indo depois com a família para a China. Voltou ao Japão após o fim da 2ª Guerra Mundial. Morou mais alguns anos no Japão onde fez faculdade. Foi na faculdade de Takuda e que conheceu o karatê, diretamente com o sensei Nakayama. Hoje, Tanaka está no topo da hierarquia do Karatê-do Tradicional no Brasil, e é um dos mais importantes mestres do Karatê-do Tradicional de todo o mundo.Tem como objetivo que o karatê seja treinado para ajudar na boa formação educacional dos praticantes. 




Lirton MonassaIn memorian

Petropolitano,um dos responsáveis pelo desenvolvimento do karate no Rio de Janeiro e no Brasil de forma geral, tendo sido coordenador das seleções carioca e brasileira no início de tudo.



















Ugo Arrigoni

 Ugo Arrigoni foi um dos maiores atletas da história do Brasil. Mesmo com um físico menor, se comparado aos lutadores top do Brasil das décadas de sessenta e oitenta, ele conseguiu se sobressair, vencendo oponentes dificílimos como Paulo Góes, Ronaldo Carlos, Antônio Pinto, entre muito outros.
Arrigoni morou no Japão nos anos setenta, tendo convivido com ícones do karate mundial dentro da Hoitsugan, participando dos treinos comandados por sensei Nakayama.
Aluno do mestre Yasutaka Tanaka, ele também teve como mestres Lirton Monassa, Hiroyasu Inoki e Takeushi.
 * Principais títulos:
 - Vice-campeão mundial de kata individual e kumite individual. Neste mundial, realizado no Egito, Ugo foi o único escolhido para representar a América do Sul. Em seu caminho para a final, venceu grandes atletas, como o campeão panamericano James Field (USA). Na final, perdeu por apenas um wazari, na terceira prorrogação, para a lenda Yahara. Tempos depois, em um Mundial da JKA, Ugo Arrigoni venceu o mesmo Yahara, na disputa por equipes, sendo carregado pelos companheiros pelo feito histórico.
- Campeão panamericano de kata e kumite por equipes.
- Vice-campeão panamericano de kumite individual.
- Tricampeão brasileiro de kumite individual.
- Tricampeão carioca de kumite individual e pentacampeão de kata individual.
- Dezessete vezes seguidas campeão carioca de kata por equipes.
- Tricampeão universitário.


Yoshido Machida


Nascido em 29 de janeiro de 1946 na cidade
 de Ibaragui (Japão) chegou ao Brasil em
1968. Iniciou seus treinamentos em 1961 tendo treinado com os mestres Togushi, Nakayama, Nishiyama, Masahiko Tanaka e Takahashi Yoshimasa. Aos 19 anos foi campeão de Kumite no Torneio da Ilha de Okinawa. Sensei Machida treina karatê porque gosta e diz que se deve treinar para vencer a si próprio (Força do Espírito). Atualmente é o presidente de honra da JKA Brasil. É pai de Lyoto Machida, grande lutador do UFC e reponsavel por seu treinamento.
Reside no Estado do Pará há mais de 25 anos onde ministra aulas na Academia APAN


                                         
Mestre Luiz Tasuke WatanabeImprimirE-mail

Nascido em 28 de julho de 1947. Veio de Hokaido (Japão) chegando ao Brasil no final da década de 50. No Japão treinava com o sensei Nakaiama. Foi campeão mundial em 1972 e atualmente, é membro da Comissão Técnica da ITKF e Coordenador Internacional de Arbitragem. 

Seu trabalho como treinador da Seleção Brasileira de Karatê-do Tradicional merece destaque pelos ótimos resultados obtidos.

Sensei Watanabe é uma figura ímpar, sua forma de pensar é bastante instintiva e suas referências e analogias estão sempre voltadas ao comportamento dos animais e aos fenômenos da natureza.









Mestre Hiroyasu InokiImprimirE-mail

Nascido em 18 de  setembro de 1940 na cidade de Yokohama, Sensei Inoki chegou ao Brasil em 1956. Iniciou seus treinamentos ainda no Japão em 1952 tendo treinado com os mestres Sakagami, Nakayama, Nishiyama e Asai. Hoje, Sensei Inoki atua como árbitro internacional da ITKF e faz parte da Comissão Técnica da CBKT.

Um de seus objetivos no karatê  é treinar para fortalecer o corpo e o espírito. Segundo ele, somente com o treino regular e constante no Dojô é que se começa a entender o que é o verdadeiro karatê.
















Mestre Yasuyuki Sasaki
 
Sensei Sasaki nasceu em 8 de março de 1946 na cidade de Hokkaido (Japão) chegando no Brasil em 1959. Treina karatê há mais de 40 anos e teve como principais mestres: Hagashino, Sagara, Y. Tanaka, Nakayama, Nishyiama, entre outros. 

Atualmente é o presidente executivo da JKA Brasil e Diretor Técnico da FPKT. Através do treino de ki-hon, kata e kumite, Sensei Sasaki busca uma grande paz. Segundo ele, o karatê é um grande instrumento para a formação integral do homem. 





Flávio Costa
Outro dos grandes nomes do karate brasileiro que saiu da Kobukan, Flávio protagonizou aquela que é considerada a melhor luta de karate de todos os tempos no Brasil. Era a final de kumite individual do campeonato brasileiro, contra a fera Enio Vezzuli (SP). A luta empatou uma série de vezes, totalizando 11 minutos de um combate muito forte, onde nenhum dos dois cedia um milímetro sequer. No final, Flávio acertou um soco muito forte, que quase causou danos sérios ao adversário, e o árbitro central (sensei Machida) o desclassificou imediatamente. No pódio, Enio se recusou a receber a medalha de campeão.
Como professor, Flávio Costa formou alguns dos maiores “casca-grossas” do Rio de Janeiro. Sua equipe sempre foi muito respeitada por todos os adversários. Destaque para os campeões brasileiros Eduardo Santos, Oswaldo Gonçalves e Marcos Piolla.
Atualmente, Flávio é o técnico da seleção carioca de kumite, tanto na JKA quanto no Tradicional.
 * Principais títulos:
- Campeão panamericano de kumite por equipes.
- Campeão brasileiro de kumite e kata por equipes.
- Vice-campeão brasileiro de kumite individual.
- Bicampeão universitário de kumite individual.
- Bicampeão carioca de kumite individual.
- Campeão brasileiro máster de kumite individual.





Eduardo Santos

 Atual presidente da FERJKT, Eduardo Santos tem uma história longa dentro do karate Tradicional.
Eduardo é considerado por muitos como o maior estrategista de todos os tempos dentro do karate. Jamais lutava sem saber o que estava fazendo, e sempre seguia à risca o plano que tinha traçado dentro de sua cabeça. Dessa forma, venceu os maiores nomes do karate de sua época, e conquistou medalhas de kumite individual tanto nos brasileiros da JKA quanto do Tradicional (apenas 8 pessoas conseguiram esse feito).
Protagonizou uma das maiores rivalidades do karate brasileiro, com seu conterrâneo Vinício Antony, tendo lutado nove vezes contra o rival – que mais tarde se tornaria seu maior amigo.
Aluno do sensei Flávio Costa, Eduardo integrou a Seleção Carioca por mais de 15 anos, e chegou à Seleção Brasileira, sendo o capitão da equipe de kumite no mundial da Polônia (1998) que conquistou o bronze.
Até hoje, é o atleta do Rio de Janeiro que disputou mais vezes o campeonato brasileiro de karate Tradicional (15 vezes).
* Pricipais títulos:
 - Bronze em kumite por equipes no Mundial Tradicional (1998)
- Bicampeão brasileiro de kumite por equipes (1994/96)
- Medalhista de kumite individual no brasileiro Tradicional e JKA (ambos em 1999).
- Vice campeão de kumite por equipes no Torneio Internacional Interclubes (1996)
- Bicampeão estadual de kumite individual (1994 / 1996).
- Campeão da copa Rio x Minas de kumite individual (1998)
- Vice-campeão de kumite individual na I Copa dos Campeões (1998)
- 13 medalhas em campeonatos brasileiros



Vinício Antony
 “Atleta como Vinício, até hoje não teve igual no Brasil”
Palavras do sensei Yasutaka Tanaka para definir o maior campeão da história do karate do Rio de Janeiro.
14 vezes campeão brasileiro, em todas as categorias, Vinício integrou a Seleção Carioca por 10 anos, e a Brasileira por 7, tendo participado de 4 Mundiais da ITKF. Atleta completo, Vinício conquistou títulos importantes em todas as categorias existentes no karate Tradicional.
Sendo um lutador nato, Vinício procurou se aprimorar em outras artes marciais, tendo conquistado a faixa preta em jiu-jitsu e muay thai. Com isso, somado à toda a experiência no Shotokan, ele tem sido procurado por diversos lutadores de MMA que desejam aprimorar sua técnica. Vinício é, hoje, o treinador de karate de Vitor Belfort.
 * Principais títulos:
 - Vice-campeão mundial ITKF de enbu masculino e kata por equipes (1992).
- Bronze em kata individual no mundial ITKF de 1996.
- 14 vezes campeão brasileiro.
- Vice-campeão de kata individual e fuku-go no Torneio Internacional Interclubes (1996).
- Bicampeão sul-sudeste de kata individual (1992/93).
- Campeão sul-sudeste de kumite individual e fuku-go (1993).
- Campeão de kata individual da I Copa dos Campeões (1998)
- Campeão da Copa Rio x Minas de kata individual, fuku-go e kumite por equipes (1998).
- Bicampeão estadual de kumite individual (1992/1993).
- Tetracampeão estadual de kata individual (1992/93/94/96)
- Bicampeão estadual de fuku-go
- 28 medalhas em campeonatos brasileiros.
- Participou de 3 panamericanos e 4 mundiais

Jociglei e Mario Cadena



 Juntamente com seu irmão, Mário Cadena, Jociglei é um professor que há muitos anos forma atletas que servem à Seleção Carioca, como Jocoglei Cadena Jr., Bruna Lee Cadena, Roberto Mendes e Tatiana Farhate, entre muitos outros.
Grande agregador, Cadena tem ajudado muito na organização da Seleção Carioca, e é um profundo conhecedor das regras, tanto da JKA quanto do Tradicional.




Jayme Sandall

Aluno do sensei Ugo Arrigoni. Atleta e praticante de karate Shotokan desde 1993. Faixa preta desde 1999. Integrante da Seleção carioca desde 1998 e da brasileira desde 2002. 207 lutas em competições (tradicional -115 /jka - 87 / wkf - 5): 152 vitórias, 10 empates, 45 derrotas. Participei de 18 campeonatos brasileiros (9 da JKA e 9 do Tradicional), 6 sulamericanos JKA e 3 mundiais JKA.











Parte do conteúdo retirado dos sites:
 WWW.FERJKT.COM.BR
WWW.FPKT.COM.BR



segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Como amarrar a faixa e dobrar o kimono de forma correta

Segue abaixo dois videos explicativos de como dobrar seu kimono e amarrar sua faixa. Assim, você, karateca, chegará ao treino impecável.




OSS!


Técnicas básicas do Karate





Os ataques de braço e perna, as defesas e bases do KARATE, podem ser aprendidos rapidamente. Porém, para o aperfeiçoamento dessas técnicas, é necessário treiná-las arduamente por longo tempo, chegando, algumas delas, ser impossível atingir um nível ótimo de performance. Para tanto, o treinamento constante no sentido de auto superação e o conhecimento biomecânico e fisiológico do corpo humano, são fundamentais.
A investigação cientifica serviu para comprovar e aumentar a eficiência e eficácia dos golpes ensinados ao longo dos anos pelos antigos mestres.
Ao considerar a técnica como sendo o procedimento mais racional e econômico para alcançar o objetivo e levar a efeito as técnicas do Karate, faz-se necessário observar alguns aspectos que consideramos fundamentais, que são: Forma, Kime, Quadril e Respiração, que para efeitos didáticos, apresentamos separadamente.




1. FORMA
Conforme Nakayama (1987), a aplicação dos golpes com postura adequada é fundamental pois, no momento do impacto, se produz um forte contra-impacto (Ação e Reação, terceira lei de Newton), que para suportá-lo é importante a firmeza das articulações.
Para a obtenção do máximo de potência, é necessário ter equilíbrio e estabilidade, o que é alcançado com uma forma ou postura correta. Consideramos forma correta o posicionamento equilibrado do corpo desde a base de sustentação ate o ponto de contato com o adversário.
Quanto à base, é importante ter-se em conta que ao abaixar muito o centro de gravidade (base excessivamente longa), alcança-se maior equilíbrio, mas re-duz-se a imobilidade. Portanto1 é importante a utilização de uma base firme, porém elástica, que possibilite deslocamentos rápidos sem comprometimento do equilíbrio e da estabilidade.

2. POTÊNCIA ou "KIME"
Para dominar o adversário, o karateca utiliza-se da energia produzida por sua musculatura. Segundo Nakayama (1987, p.16), a força eficaz no Karate é a força veloz (potência) "... aquela que se acumula com a velocidade"(...) "a força que a velocidade consegue concentrar no momento do impacto".
Uma coordenação ótima entre a musculatura agonista (a que realiza o movimento) e a antagonista é importante para que haja velocidade na execução da técnica. Além disso, o aproveitamento máximo da trajetória e a concentração da força (contração de todo o corpo) no momento do impacto, são fundamentais para levar a efeito as técnicas do Karate.
Um ponto a destacar é que o excesso de contração durante a execução do golpe, diminui a sua velocida-de, diminuindo a potência final. Para reagir mais rapidamente, o karateca deve estar com a musculatura relaxada e em alerta.
A contração máxima de todo corpo deve ser apenas na finalização do golpe, durante uma fração de segundo. Ela é a responsável pelo aumento da estabi-lidade das articulações para resistir ao impacto e contra-impacto.

3. USO DA CINTURA PÉLVICA OU "QUADRIL"
Elo de ligação dos membros inferiores ao restante do corpo, o quadril tem participação significativa nas técnicas de ataque e de defesa.
A cintura pélvica produz, em movimento de rotação, grande força centrífuga. Unindo a essa, a velocidade de membros superior ou inferior, multiplica-se a potência do golpe. "...no Karate-do. Os ataques tanto de braço como de perna, se realizam com o quadril e igualmente as defesas" (Nakayama,1987, p.18).
O encaixe do quadril ou retroversão da pelve, é responsável pela manutenção do tronco ereto, em posição de equilíbrio, evitando gasto desnecessário de energia.

4. RESPIRAÇÃO
Nos referimos aqui ao processo de entrada e saída do ar dos pulmões para troca de gases, atendo-nos à importância das fases de inspiração e expiração, na aplicação dos golpes de KARATE.
A execução do golpe é precedida pela inspiração normal. No instante do impacto realiza-se uma expiração forçada buscando a energização do tanden. A expiração forçada ocorre pela forte contração dos músculos do abdômen e tórax (interceptais internos) e coincide com o momento em que todo corpo deve estar cooperando para potencializar ao máximo o kime, aumentando a estabilidade das articulações e equilíbrio corporal na aplicação do golpe.

5. KARATE SHOTOKAN – TÉCNICAS BÁSICAS
5.1. BASES



Através das técnicas básicas ou fundamentos, inicia-se o estudo do Karate. São movimentos de fácil aprendizado que devemos aperfeiçoar ao longo de vários anos de treinamento vigoroso e constante, a fim de alcançar maior eficiência.
A forma correta de execução das técnicas proporciona melhor estabilidade articular para suportar o contra-impacto decorrente da aplicação das mesmas (tsuki e keri principalmente), aumentando o equilíbrio e possibilitando a rápida troca de posição do centro de gravidade. O que facilita a passagem de um movimento para outro em grande velocidade.
Uma boa base, favorece o trabalho harmonioso de todo o corpo para a ampliação da potência dos golpes. Um ataque ou defesa forte é conseguido somente pela execução de bases corretas. Eles dependem de equilíbrio, liberdade para o giro do quadril, velocidade e força, que são necessários à realização do movimento. Eles dependem também da cooperação dos músculos agonistas e antagonistas (coordenação da contração/descontração muscular) para alcançar uma forma firme e estável.
Cada base tem um objetivo e deve ser treinada corretamente. A descaracterização da base para torná-la mais confortável, reduz ou elimina a eficiência das técnicas de ataque ou defesa e desacelera ou estagna o progresso do praticante.
Bases mais utilizadas:

5.1.1. SHIZEN-TAI - Posição natural. Pernas estendidas, corpo ereto e relaxado, uti-lizando-se o mínimo de gasto de energia para mantê-lo nesta posição. Pode-se passar facilmente a posição de ataque ou defesa. Engloba diversas formas diferenciadas pela disposição dos pés.
Renoji-dachi- pés em L, calcanhares alinhados com distancia de aproximadamente um pé entre eles.
Heiko-dachi - pés paralelos, alinhados, mantendo a distancia da largura do quadril para as mulheres, ou do ombro para os homens.
Heisoku-dachi - pés unidos, calcanhares e pontas dos pés tocam-se ligeiramente.
Musubi-dachi - pés abduzidos, os calcanhares se tocam.




5.1.2. ZENKUTSU-DACHI - Posição avançada. Muito eficiente para trabalhar a força para frente nos ataques. É também utilizada nas defesas.

- Os pés afastam-se no plano sagital em aproximadamente 80cm e lateralmente na largura do quadril, com toda a planta no chão. A ponta do pé da frente dirige-se para frente ou ligeiramente para o interi-or, enquanto o pé de trás dirige-se para frente o máximo possível.
- O joelho da perna da frente deve estar flexionado e o da perna de trás estendido. Ambos encontram-se contraídos para fora. Traçando uma linha perpendicular do joelho ao chão, esta deve situar-se ao lado da base do hálux (dedão).
- 60% do peso do corpo são sustentados pela perna da frente, os 40% restantes, pela perna de trás.
- 0 tronco permanece perpendicular ao chão e for-tenente assentado sobre o quadril em retroversão (quadril encaixado).

5.1.3. KOKUTSU-DACHI - Posição recuada. É uma postura muito forte, sendo bastante eficaz para defender ou esquivar para trás ou obliquamente e trocar rapidamente para zenkutsu-dachi no contra-ataque.
- Os pés encontraram-se alinhados e afastados no plano sagital em aproximadamente 80cm. 0 pé de trás, apontado para o lado, suporta sobre toda planta 70% do peso do corpo, enquanto o pé da frente, apontado para frente, suporta os 30% restantes. Ambos, formam aproximadamente um ângulo de 90 graus entre si.
- O joelho da perna de trás dobra-se para o lado e contrai-se fortemente para fora. Uma linha perpendicular ao chão, deve passar pelo meio do joelho e cair ao lado da base do hálux. O joelho da perna da frente acha-se ligeiramente flexionado e apontado para adiante.
- O quadril encaixado assenta o tronco perpendicular ao chão.

5.1.4. KIBA-DACHI - Posição de cavaleiro. É uma postura muito forte para a aplicação de golpes para os lados. Seu nome é devido à semelhança com a posição de cavalgar.
- Os pés se afastam no plano frontal em aproximadamente 80 cm, mantendo-se alinhados e paralelos. Aderem fortemente ao chão com toda planta.
- Os joelhos dobrados para frente com contração para fora, de forma que a linha perpendicular caia ao lado da base do hálux.
- O peso do corpo divide-se igualmente entre as duas pernas.
- A retroversão do quadril é importante na manutenção do equilíbrio. O tronco deve manter-se perpendicular ao chão.

5.2. TSUKI - Ataque direto - soco





São golpes muito aplicados, de grande eficiência, que podem derrubar o oponente com um só impacto.
Realiza-se estendendo o cotovelo, flexionando o ombro e girando o antebraço 180 graus para o interior, aplicando a força com as segunda e terceira articulações metacarpofalângicas (seiken). Partindo da altura do quadril, a mão percorre trajetória retilínea até atingir o objetivo. O antebraço, cotovelo e braço passam rente ao corpo.
A extensão da perna de trás, empurrando o solo com o pé transforma o impulso em força horizontal que é transmitida ao quadril, se conecta aos ombros e chega ao braço.
O poder gerado pela rotação do quadril, utilizando a coluna vertebral como eixo de giro, une a ele os ombros em seu impulso centrífugo, aumentando a força e a velocidade do ataque, a qual, por sua vez, se multiplica pela extensão súbita do braço de ataque e simultânea recolhida do braço oposto.
Assim, impulso e giro do quadril, extensão do braço de ataque e recolhimento do braço oposto, cooperam para que se alcance a força resultante da velocidade.
Ao executar um tsuki o corpo deve estar relaxado, contraindo somente a musculatura necessária à obtenção de uma força veloz. Apenas no momento do impacto, todo corpo coopera para concentrar a força ao máximo.

5.2.1. GYAKU-ZUKI - Soco inverso. Braço contrário ao pé da frente.

5.2.2. OI-ZUKI - Soco andando. Braço correspondente ao pé que deslocou à frente.

5.2.3. MOROTE-ZUKI - Socos simultâneos. Braços paralelos horizontais ou verticalmente.

5.2.4. DAN-ZUKI - Socos consecutivos com o mesmo punho.

5.3. KERI - Ataque de perna - pontapés
O pontapé é um dos fundamentos do Karate. Quando se aprende sua execução corretamente, consegue-se obter uma potência muito superior ao tsuki.
Ao realizar um ataque sustenta-se o peso do corpo sobre um pé de apoio, que deve assentar-se firmemente no solo com toda a planta, mantendo tornozelo e joelho ligeiramente flexionados e contraídos, a fim de suportar o choque originado pelo impacto. O joelho da perna de ataque é elevado flexionado, diminuindo o braço de alavanca, para alcançar, quando da sua extensão, maior velocidade.
É importante ter em mente que não é unicamente o pé que golpeia, mas que se deve projetar o quadril, tomando todo o corpo o sentido do ataque. Também deve ter-se em conta que após a finalização do pontapé, o pé deve ser recolhido rapidamente para que não seja agarrado, e para voltar a uma posição de maior equilíbrio, a fim de executar a técnica seguinte.
A força do ataque depende da longitude do arco da execução, da velocidade com que se percorre este arco (flexão ou extensão da coxofemoral + extensão do joelho) e da contração muscular no momento do impacto.

5.3.1. MAE-GERI - Pontapé frontal.
O joelho da perna de ataque passa rente ao joelho da perna de apoio e o pé de ataque rente e acima deste. O quadril desloca-se horizontalmente duran-te todo o movimento, atingindo-se o objetivo com a base inferior dos dedos.

5.3.2. YOKO-GERI - Pontapé lateral.
Eleva-se o joelho da perna de ataque passando com o pé rente a perna de apoio, apontado para frente ou para a lateral do corpo. A ponta do pé virada para frente e o bordo externo para baixo e paralelo ao chão, descreve urna trajetória em arco. Atinge-se o objetivo com o bordo externo do pé.

5.3.3. MAWASHI-GERI - Pontapé circular.
Eleva-se o joelho lateralmente, bem flexionado, colocando a perna paralela ao chão, com o pé apontando para o lado e a planta virada para trás. A coxa descreve um círculo amplo. O quadril deve acompanhá-la nessa trajetória, até a finalização do movimento com a extensão do joelho. 0 ponto para impacto pode ser à base dos dedos ou o dorso do pé.

5.4. UKE WAZA - Técnicas de defesa
A defesa é um dos fundamentos mais importantes. Uma falha na sua execução pode ser fatal.
Deve-se identificar corretamente a direção do ataque para realizar uma defesa adequada a ele. O recolhimento do braço contrário, o giro do quadril e a rotação do antebraço aumentam a potência da defesa, desviando-o mais facilmente.
Para aumentar a resistência da defesa, deve-se concentrar a força no músculo grande dorsal, colocando o cotovelo próximo ao corpo e na altura da orelha (age-uke) e aproximando o cotovelo até um punho (10cm) de distância do corpo (chudan-uchi-uke, soto uke, shuto-uke).
Se a defesa ultrapassa os limites do corpo, não se pode concentrar a força no grande dorsal, nem realizar um rápido contra-ataque. As técnicas de defesa devem ser finalizadas em uma posição adequada, aumentando sua eficiência e facilitando a execução da técnica seguinte.

5.4.1. AGE UKE - Defesa alta.
O antebraço desloca-se de baixo para cima descrevendo um arco na frente do corpo. A mão pára a 10cm da testa com a palma girada para frente, e o antebraço em posição oblíqua. No momento do impacto com o golpe do adversário, deve-se apertar fortemente a mão, contraindo os músculos do antebraço em cooperação com todo o corpo.

5.4.2. SOTO-UKE - Defesa média para dentro.
Eleva-se a mão até a altura da orelha, colocando o braço paralelo ao chão e ligeiramente para trás. Deste ponto inicia-se uma rotação descendente até atingir o cotovelo, antebraço e punho, verticalizados no plano sagital, a linha mediana do corpo. Antebraço e braço formam um ângulo reto. Finaliza-se com a palma da mão girada para o peito, na altura do ombro.

5.4.3. UCHI-UKE - Defesa média para fora.
O antebraço que defende traça um arco desde a axila do braço oposto. Desloca-se o punho para o exterior, baixando o cotovelo até que este se aproxime das costelas. O antebraço gira, colocando a palma da mão virada para o peito, na altura do ombro.

5.4.4. GEDAN-BARAI - Defesa baixa.
Eleva-se o braço para colocar o punho junto à orelha do lado oposto, com a palma da mão virada para ela. Deste ponto baixa-se e estende-se o cotovelo até que o punho esteja aproximadamente 15cm acima do joelho. É uma defesa eficiente contra os ataques ao abdome, golpeando o golpe do adversário. Finaliza-se com o cotovelo totalmente estendido e a palma da mão virada para trás.